Já lá vão 16 anos. Decorriam as festividades em honra de Nª Sª do Amparo. Um violento incêndio consumiu o Cabeço da Mua.
2 comentários:
Anónimo
disse...
Pois é, já lá vão 16 anos, tantos quantos durou a 1ª republica, e lembro-me como se fosse ontem deste incêndio e que o presente filme me fez reviver.
Tinha os meus 31 anos, estava junto ao bairro da ferrominas e vi passar o fogo para a Mua e, num instante, apercebi-me que já ninguém pegaria nele. É claro que nesta altura a Mua não estava toda plantada de pinheiros como agora, era mais mato rasteiro e alguns pinhos. Mas, o vento fez o fogo passar pela Mua como cão por vinha vindimada e num ápice toda a Mua era consumida pelo fogo devorador que logo alastrou para a zona do Souto.
Recordo-me bem, e tenho fotos lá por casa, do triste espectáculo do rescaldo e que era a dor de ver o cabeço todo negro,um gigante sem alma. Ainda bem que depois logo foi plantado e o resultado está ali á vista de todos e já com pinhos bem crescidos.
Não sei se foi o último acto das tragédias que sempre assolaram a Mua. Desde o séc. XVIII, tomou o corregedor e juiz de fora A.J. Sá providências para impedir o fim do pinhal, proibindo as queimadas e os abates ou desbates dos pinhos.Ainda por 1952 a Mua estava bem despovoada, o que não impedia de ser este o pinhal a grande e quase única fonte de receitas da Junta, com a venda da resina e da madeira, e de grande amparo ou subsistência para os demais fregueses.
Muito haveria para dizer sobre o Cabeço da Mua,nomeadamente, sobre a razão de ser da sua etimologia, o papel de atalaia ou o facho que lá do alto controlava as redondezas, o seu papel para o dia à dia da aldeia ou até sobre o seu triste destino final..., por ora, ficamo-nos com a recordação do último acto tragico- dantesco e que o filme bem documenta.
Venham, então, mais filmes para a história do Felgar.
As gentes do Felgar vão certamente voltar-se de novo para o cabeço num futuro próximo, quando o grande lago engolir as "bergeiras" e com elas as canas, a rodriga, o cabo para o sacho, o pau para o lume, o tomilho para as azeitonas, os espargos para as omoletes, os primeiríssimos figos lampos.
2 comentários:
Pois é, já lá vão 16 anos, tantos quantos durou a 1ª republica, e lembro-me como se fosse ontem deste incêndio e que o presente filme me fez reviver.
Tinha os meus 31 anos, estava junto ao bairro da ferrominas e vi passar o fogo para a Mua e, num instante, apercebi-me que já ninguém pegaria nele. É claro que nesta altura a Mua não estava toda plantada de pinheiros como agora, era mais mato rasteiro e alguns pinhos. Mas, o vento fez o fogo passar pela Mua como cão por vinha vindimada e num ápice toda a Mua era consumida pelo fogo devorador que logo alastrou para a zona do Souto.
Recordo-me bem, e tenho fotos lá por casa, do triste espectáculo do rescaldo e que era a dor de ver o cabeço todo negro,um gigante sem alma.
Ainda bem que depois logo foi plantado e o resultado está ali á vista de todos e já com pinhos bem crescidos.
Não sei se foi o último acto das tragédias que sempre assolaram a Mua.
Desde o séc. XVIII, tomou o corregedor e juiz de fora A.J. Sá providências para impedir o fim do pinhal, proibindo as queimadas e os abates ou desbates dos pinhos.Ainda por 1952 a Mua estava bem despovoada, o que não impedia de ser este o pinhal a grande e quase única fonte de receitas da Junta, com a venda da resina e da madeira, e de grande amparo ou subsistência para os demais fregueses.
Muito haveria para dizer sobre o Cabeço da Mua,nomeadamente, sobre a razão de ser da sua etimologia, o papel de atalaia ou o facho que lá do alto controlava as redondezas, o seu papel para o dia à dia da aldeia ou até sobre o seu triste destino final..., por ora, ficamo-nos com a recordação do último acto tragico- dantesco e que o filme bem documenta.
Venham, então, mais filmes para a história do Felgar.
Blueberry.
As gentes do Felgar vão certamente voltar-se de novo para o cabeço num futuro próximo, quando o grande lago engolir as "bergeiras" e com elas as canas, a rodriga, o cabo para o sacho, o pau para o lume, o tomilho para as azeitonas, os espargos para as omoletes, os primeiríssimos figos lampos.
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