02 dezembro 2011

Tempo de Azeitona no Dia da Restauração...



1º de Dezembro de 2011.

Aproveita-se o feriado para apanhar alguma azeitona.
Apenas quanta baste para ter azeite para casa, pois fica mais barato comprá-lo aos espanhóis.

Sinais dos tempos que correm.

Entretanto, há 371 anos, no 1º de Dezembro de 1640, dá-se a "Restauração da Independência". Quarenta Conjurados revoltam-se e acabam com a governação da Dinastia filipina que durava há 60 anos. Uma vida...

Para muitos felgarenses a comemoração faz-se nas ladeiras, apanhando azeitona, recolhendo lenha (a própria e a alheia...) e guardando memórias de um vale condenado ao afogamento.

Parece que que querem acabar com o feriado.
Miguel de Vasconcelos deixará de ser atirado pela janela e a Duquesa de Mântua poderá sair do armário.

E pode ser esquecida a crise de sucessão de 1580.

E também a quadra popular:
“Que o cardeal-rei dom Henrique
Fique no Inferno muito anos
Por ter deixado em testamento
Portugal, aos Castelhanos"

1 comentário:

Anónimo disse...

O meu 1 Dez. de 2011.


Tb. eu "comemorei" o 1 Dez. na Fiateira à azeitona, mui bem acompanhado por 3 jovens adolescentes do melhor que tenho visto - e já vi muito - no manejo da vara e da muda do tolde.

E assim cumpri a tradição. Só que desta vez, lá no alto da chã a ver tantos milhares de oliveiras e amendoeiras daquele lindo vale, deu-me um ataque de nostalgia e de saudade tão forte e imenso, muito maior que o rio Sabor, mas, malgre ça,caro Tó Manel, azeite espanhol é que eu não compro, mesmo que barragem nos empurre para tal.

Depois ainda me sobreveio um ataque de mágoa por ver e imaginar toda aquela imensidão a ser fatalmente coberta e a ver desaparecer tanto coisa tão grata à história da nossa aldeia e á minha pessoa e então fico insuportável qd. vejo o nosso rico Silhades, com uma taxa de ocupação por m2 de arqueologos e etnografos como o resto de Portugal e do Mundo não têm, a ser transformado em local de coutada, de pilhagem e rapinagem com os urbanoides a sacarem, tudo muito sofft e em sigilo, todo um vasto patrimonio de nossa pertença, sem nos darem cavaco e a esconderem-no à curiosidade de um qq. natural e contribuindo para o empobrecimento da nossa aldeia.

Então não há lá pelo Felgar uma sala para guardar e expor todos estes nossos objectos ?

ou será que a criação de 1 museu nestes termos a EDP só patrocionou o da aldeia da Luz ?

Mas então, aqui há uns anos não foi um ilustre arqueologo moncorvense crucificado e queimado em lume brando em plena praça publica, porque a intiligentia da confraria dos sábios arqueologos dizia que o homem andava a tentar esconder os ricos achados do Côa e que isso era crime ?

E agora, com este dejá vu algo similar, como devemos qualificar a actuação destes urbanoides rapinadores e da grande entidade benemerita, sua cumplice, que gasta com eles uns 5 milhões de euros, e rapinam que se fartam ?

E nós os indigenas, se já nem os comboios vemos passar, no que ficamos ?

O que vale é que é seguro que no próximo 1 Dez. de 2012 será um dia em que já não andarei à azeitona.


Bom fim de semana.

C.S.